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Publicado por O time em Notícia o 22/06/2023 para 17:16
O Tribunal de Contas da União Europeia alerta para as perspectivas sombrias de a UE se tornar líder mundial na produção de baterias, apesar dos compromissos com a mobilidade elétrica.
Embora o fim teórico do motor de combustão em carros novos até 2035 e os anúncios de novas fábricas de baterias em toda a Europa, como Sagunto, sejam boas notícias para o emprego, o Tribunal de Contas aponta que as chances da UE de assumir a liderança mundial nesse campo não são favoráveis.
Não basta construir fábricas para fabricar baterias, mas também é fundamental garantir o seu abastecimento. É aqui que reside o principal problema. De acordo com um relatório recente da Comissão Europeia, a disponibilidade de matérias-primas, o aumento dos custos dessas matérias-primas e da energia, bem como a concorrência global, podem comprometer a competitividade da Europa.
Nossa dependência de matérias-primas de terceiros países pode piorar. Se atingirmos nosso objetivo de vender apenas carros elétricos até 2035, isso será feito principalmente pela importação de baterias, o que poderia prejudicar a indústria europeia, segundo as observações de Annemie Turtelboom.
Mais preocupante ainda, corre-se o risco de substituir a nossa dependência dos combustíveis fósseis fornecidos por países terceiros pela dependência das matérias-primas. Annemie Turtelboom sublinha que a Europa não deve encontrar-se numa situação de dependência semelhante à que temos vivido com o gás natural, pois isso colocaria em causa a sua soberania económica.
A China detém atualmente uma posição dominante na produção mundial de baterias para carros elétricos, com uma quota de mercado de 76%, enquanto a União Europeia representa apenas 7% desta produção, o que confirma uma dependência existente.
Quanto às matérias-primas necessárias para fabricar baterias, a Europa depende de um pequeno grupo de países para o seu abastecimento de cobalto, níquel, lítio, manganês e grafite natural, que são elementos-chave. Cerca de 87% do lítio bruto é importado da Austrália, 80% do manganês vem da África do Sul e do Gabão, 68% do cobalto é importado da República Democrática do Congo e 40% do grafite natural vem da China.
O Tribunal de Contas destaca que não só não existe acordo de livre comércio com esses países, o que poderia facilitar o abastecimento, como alguns desses países também apresentam riscos geopolíticos que podem comprometer o abastecimento.
Somando-se a essas preocupações, o Tribunal de Contas da União Europeia prevê uma futura escassez global de matérias-primas essenciais para a produção europeia de baterias. Se dependermos de fornecedores externos e a escassez se concretizar, isso significará que simplesmente teremos que comprar carros elétricos de quem tem esses suprimentos, o que comprometeria o cumprimento da nossa meta de 2035.
De acordo com o relatório do Tribunal de Contas da UE, as previsões do Departamento de Estudos da Comissão Europeia (JRC) indicam que a escassez global terá um impacto significativo em 2030, precisamente quando o grosso da capacidade de produção de baterias da UE estará operacional. Essa previsão também está em linha com as previsões da Agência Internacional de Energia (AIE), que diz que a capacidade de produção global de cobre, cobalto e lítio em 2030 não será suficiente para atender à demanda global.
Infelizmente, esses fatores não vão derrubar os preços dos carros elétricos, muito pelo contrário. Os custos de produção aumentarão devido ao alto preço das matérias-primas, o que pode tornar os carros elétricos inacessíveis para muitos motoristas. Isso levaria a uma queda na demanda por veículos elétricos e a uma falta de interesse econômico em investir em instalações de fabricação de veículos elétricos.
Em síntese, o relatório do Tribunal de Contas da UE apresenta uma perspetiva bastante pessimista. Segundo esta instituição europeia, o futuro do carro elétrico na Europa está em perigo se a situação continuar assim.
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